Caso Ronaldinho: os políticos envolvidos na prisão do craque no Paraguai

A prisão de Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto Assis, foi muito impactante. Os dois estão detidos no Paraguai desde o dia 6 de março, quando a Justiça decidiu prendê-los por uso de passaportes e cédulas de identidade falsificadas. Os dois haviam chegado à Assunção, capital do país, dois dias antes.

PUBLICIDADE

Com mais de 50 milhões de seguidores nas redes sociais e com passagens por clubes gigantes de todo o mundo, como PSG, Barcelona e Milan, na Europa, e Flamengo, Atlético-MG e Fluminense, no Brasil, a prisão de Ronaldinho chamou a atenção. Por trás dela, há a participação direta ou indireta de políticos.

Sergio Moro teria ligado para as autoridades paraguaias

Apoiador do então candidato à presidência Jair Bolsonaro, Ronaldinho foi escolhido para ser embaixador do turismo em 2019. Quando foi preso, em março deste ano, o ministro da Justiça e Segurança Pública da época, Sergio Moro, telefonou às autoridades paraguaias para saber mais sobre a prisão do craque brasileiro.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Moro teria sido tranquilizado em relação ao local em que Ronaldinho e Assis ficariam presos. Os dois foram encaminhados para a Agrupación Especializada, presídio de segurança máxima de Assunção e onde estão ex-policiais que cometeram crime. O ex-jogador foi muito bem tratado no local, fez amizades, jogou futebol, futevôlei e até gravou vídeo para a família de um dos presos.

PUBLICIDADE

Sergio Moro deixou o governo em abril. Seu sucessor, André Mendonça, assim como Moro, não tomou nenhuma atitude pública em relação a Ronaldinho. Segundo o jornalista Cosme Rímoli, do R7, haveria o medo, por parte do governo, de se envolver sem saber ao certo as acusações que pesam contra o ex-jogador e seu irmão.

Ministro paraguaio sabia da fraude

Dias atrás, o jornal ABC Color revelou que um dos acusados pelo esquema de falsificação, Sebastián Medina, revelou que tentou avisar o ministro do Interior do Paraguai, Euclides Acevedo, sobre o caso. Medina foi recebido pelo assessor de Acevedo, Anastasio Ojeda, que garantiu estar ciente da irregularidade. O ministro também sabia.

Acevedo chegou a afirmar em entrevista dada em março que Sergio Moro não teria gostado da prisão de Ronaldinho. “(Moro) também perguntou se estão em um local seguro, e respondi que sim. Ele não gostou da prisão de Ronaldinho”, afirmou em entrevista ao canal paraguaio CN9.